terreno baldio
Sua ausência deixou um buraco. Profundo. Soturno. Tenho tentado cultivar flores lá dentro, mas ainda me parece tudo estéril. Tudo isso provoca uma dor escrota, que muda de forma, muda de horário, muda de cor. Mas é uma ausência extremamente presente. Nunca pensei que a saudade — fora a do luto final — pudesse machucar tanto. Sempre tive medo de te perder. Mas meu maior medo é ser paralisada pela dor.
Não vejo a hora de brotar qualquer coisa de onde não há mais o que cultivei de você. É preciso ocupar esse terreno baldio com vida e arte.